Nesta quinta-feira (16), autoridades espanholas anunciaram que o nível de alerta de erupção do vulcão Cumbre Vieja, localizado na ilha de La Palma, do arquipélago espanhol das Canárias, está em amarelo. Segundo pesquisadores, o vulcão poderia provocar um tsunami capaz de atingir todas as Américas.
De acordo com o portal MetSul, o maior impacto seria sobre os litorais das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Adormecido há décadas, o vulcão começou a dar indícios de atividade moderada no sábado (11). “Ele não estava dando sinais de erupção, mas agora ele chegou a um segundo nível. São quatro níveis de alerta. Ele pode vir a ter uma erupção, mas não significa que essa erupção vai gerar um tsunami, mas é uma possibilidade, mesmo que mínima”, explicou o pesquisador do Instituto de Ciências do Mar da UFC (Universidade Federal do Ceará), Carlos Teixeira, em entrevista ao UOL.
Segundo o Instituto Nacional Geográfico da Espanha (IGN-ES), que está divulgando informações em tempo real sobre o Cumbre Vieja em seu site, “a atividade sísmica do vulcão continua a migrar ligeiramente para o noroeste, em profundidades de cerca de 8 km, com 50 terremotos rasos entre 1 e 5 km também sendo registrados”. A instituição afirma que a deformação máxima acumulada atinge cerca de 10 cm.
Erupção explosiva causaria tsunami; magnitude ainda é desconhecida
Teixeira afirma que a hipótese de que um tsunami poderia ser causado pela erupção do Cumbre Vieja já foi confirmada por variadas pesquisas. “Existem diversos estudos já publicados sobre essa possibilidade de tsunami. É uma hipótese real, e ela aconteceria caso houvesse uma erupção explosiva”, conta Carlos Teixeira.
Segundo pesquisa realizada pelo geólogo do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mauro Gustavo Resse Filho, a Ilha de La Palma fica a 4.462 km de São Luís do Maranhão. “Estima-se que a próxima erupção poderá desestabilizar a encosta da ilha devido a fatores como declividade do vulcão, volume de material mobilizado, fatores climáticos e principalmente, a uma zona de fraqueza existente que facilitará a ocorrência do movimento de massa”.
No entanto, para Teixeira, não há motivo para preocupação no momento. “Se essa possibilidade de erupção ocorrer, não significa que vai ser explosiva; se for, não quer dizer que vai chegar aqui com ondas de oito, dez metros; pode chegar aqui bem menor”, explica.
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