Hospitais de São Paulo registram lotação por causa da dengue

O Brasil todo vive uma crise em relação à doença; país superou a marca de 3 milhões e 800 mil casos prováveis de dengue nesta terça-feira (23).

Hospitais de São Paulo registram lotação por causa da dengue
Tacio Philip Sansonovski/Shutterstock

Se você mora em São Paulo, deve conhecer alguém que esteja com dengue – ou que, pelo menos, tenha pegado a doença nos últimos meses. Não sei onde vocês moram, mas aqui é pernilongo todo dia. E em quase todos os horários. Os especialistas atribuem esse aumento às ondas de calor. Eu não aguento mais.

Números da prefeitura de São Paulo confirmam essas impressões acima. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, obtidos pelo portal G1, as internações por dengue cresceram mais de 20 vezes (2.054%) nos hospitais municipais da capital paulista.

Entre os meses de março e abril, foram contabilizadas 11 internações pela doença. O número saltou para 237 na última terça-feira (23).

A cidade conta com mais de 5.000 leitos, entre Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e de enfermaria, e a média de ocupação está em 90%. Não víamos índices tão altos desde a crise mais aguda da pandemia.

A pasta explicou que nem todos os pacientes estão internados com dengue. A alta, no entanto, impressiona – ainda mais por que temos outros milhares de casos sob investigação.

A situação se repete em outras esferas. O Instituto de Assistência Médica do Servidor Estadual (Iamspe), por exemplo, também registrou aumento no número de internações por dengue no primeiro trimestre. Em janeiro, eram 12 os internados com a doença, chegando a 165 no final de março.

A maior parte dos hospitais privados vivem a mesma realidade. A última pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), revelou que 61% dos 95 hospitais particulares entrevistados apresentaram crescimento de internações por dengue nos últimos 15 dias. O levantamento foi realizado entre os dias 1º e 10 de abril.

Situação preocupante

  • De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde, 391 pessoas já morreram por dengue neste ano no estado de São Paulo.
  • Outros 671 óbitos estão em investigação.
  • A pasta também já confirmou 716.912 casos da doença até a última terça-feira (23).
  • Há ainda 183.565 casos em investigação e 900.477 prováveis.
  • Na capital, Moema e Jardim Paulista são os únicos dos 96 bairros que não enfrentam epidemia de dengue, segundo boletim divulgado na última segunda (22).
  • O local mais atingido é a Vila Jaguara, na Zona Oeste, com impressionantes 9.651 casos a cada 100 mil pessoas – estamos falando em 10% de todas as pessoas do bairro contaminadas!
  • Falando em Brasil, o país superou a marca de 3 milhões e 800 mil casos prováveis de dengue nesta terça-feira (23).
  • Foram 50.223 novas infecções registradas pelo Ministério da Saúde somente nas últimas 24 horas.
  • Minas Gerais é o estado com maior número de casos prováveis: 1.152.704.
  • Ao todo, 9 estados e o Distrito Federal já decretaram situação de emergência.
  • O total de mortes chegou a 1.725 no país.
  • E isso apenas nos 4 primeiros meses do ano: trata-se do pior resultado neste século.

    E a vacina?

    Diante desse quadro, o Ministério da Saúde recomendou, na semana passada, a ampliação do público que pode tomar a vacina contra a dengue. Mas isso apenas naqueles municípios que possuem imunizantes próximos ao vencimento.

    O maior problema, como já informamos aqui no Olhar Digital, é a limitada quantidade de doses. Por esse motivo, a campanha nacional contra a doença tem como público-alvo apenas crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.

     Em São Paulo, a gestão municipal informou que não vai ampliar a faixa etária de vacinação. Para crianças e adolescentes na idade definida, a campanha segue normalmente em todos os postos de saúde da cidade.

    Para receber o imunizante, o jovem precisa estar acompanhado de um responsável, portando documento de identidade, cartão de vacina e comprovante escolar ou de residência.

    A criança também não pode ter sido diagnosticada com dengue nos últimos seis meses.

    Cuidados contra a dengue

    Mesmo com a chegada da vacina, é importante deixar claro que a melhor forma de se combater a dengue é impedindo a reprodução do mosquito Aedes aegypti.

    Para isso, é importante que você, cidadão comum, também ajude nessa luta – e fazendo coisas simples no dia a dia.

    • Mantenha a caixa d’água da sua residência bem fechada;
    • Não deixe a água acumular em vasos de plantas ou pneus velhos;
    • Limpe bem as calhas da sua casa;
    • Esvazie sempre garrafas, potes e vasos – tudo que possa deixar água parada;
    • Não acumule sucata ou entulho;
    • E cuidado com as piscinas sem manutenção e que são pouco utilizadas.
Fonte(s): Bob Furuya
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